Mudança é consequência do aumento do salário mínimo; associação de auditores da Receita pede atualização da tabela de isenção…
Brasileiros que ganham 2 salários mínimos passam a pagar imposto de renda em 2024. O alerta foi feito pela Unafisco Nacional (União Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal), em campanha para a atualização da tabela de isenção do tributo.
A associação explica que, com o aumento de 10,16% no salário mínimo em 2024, a renda das pessoas que ganham 2 salários mínimos passou de R$ 2.640 para R$ 2.824. A tabela de isenção não foi corrigida de forma sincronizada com esse aumento.
A faixa de isenção continua em R$ 2.112, permitindo, por artifício, que quem ganha até R$ 2.640 ficasse isento. Agora, com os ganhos de R$ 2.824, essa parcela da população volta a ser tributada, recolhendo R$ 13,80 de imposto todo mês.
É, no mínimo, um absurdo. O governo vendeu a ideia de isenção para quem ganha até 2 salários mínimos, mas isso não é verdade.
Aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) também serão impactados. O governo está penalizando quem ganha menos. É crucial corrigir a tabela do IRPF para refletir a realidade da inflação.
LULA PROMETEU ISENÇÃO
Durante a sua campanha pelo Palácio do Planalto, o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, em mais de uma ocasião, que queria subir a faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 5.000. No entanto, o Poder360 apurou que, à época, a declaração de Lula foi dada sem os economistas de seu entorno terem fechado um valor e sem combinar com representantes de outros partidos envolvidos na elaboração do programa de governo. Depois da vitória de Lula, o então senador eleito e hoje ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, adiantou que a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 mensais não estaria nos ajustes propostos para o Orçamento de 2023. Dias afirmou que a proposta seria para o “mandato” do petista. Em 2023, Lula voltou a falar da proposta. Em julho, defendeu que o imposto deveria ser cobrado de quem “é rico, vive de dividendo ou sonega”. Um mês depois, em agosto, o petista declarou que cumpriria a promessa de campanha. Segundo ele, a isenção virá antes do fim de seu mandato, em 2026…